Independente, admirável, reservada e corajosa.
É do tipo que fala o que vem a cabeça. Não se entrega ao que lhe é proposto se isso não for confortável pra você. Bem estar em primeiro lugar sempre. Pra se sentir inteiramente em paz, tranquilidade e segurança são essenciais na sua rotina.
A estação é a casa dela! O canto dela, o espaço que ela escolheu pra denotar sua graça e discrição. É ali onde ela se delicia consigo mesma, num ciclo intenso de amor por suas conquistas pessoais. Já a algum tempo começou a compartilhar sua presença com seu mais novo amor.
Nunca antes se imaginou mãe, foi uma novidade delicada de receber, juntou a responsabilidade com o medo dos julgamentos externos, a surpresa e insegurança.
Laís disse sim a Maria Clara.
Os medos se contrapuseram com o apoio da mãe, que a amparou desde a descoberta e a família que se fez presente e forte pra auxiliar no que fosse preciso.
Hoje ela descreve esse momento como “a melhor coisa que já aconteceu na sua vida” e já não mais se imagina sem o seu pequeno milagre. O contentamento é evidente no seu riso.
Já se tornaram cúmplices, se tornaram família… é com ela que Laís partilha seus medos, sua solidão. E é nela que Laís depõe todo seu progresso e êxito como mulher e mãe.
Laís é mãe solo.
Mas antes de falar da Laís, preciso falar da Dona Edna, mãe dela, que também foi mãe solo. Gestante, no interior do Maranhão com a convicção divina de que seu corpo tinha a intenção aguda de gerar a vida, mesmo que imprevistos e obstáculos a fizessem fraquejar. O caminho que resolveu trilhar, mesmo que sozinha foi a escolha que a fez proclamar o quanto era forte. E foi forte a ponto de criar e educar a mulher que Laís se tornou!

Mãe solo significa que a mãe é a principal responsável pela criança, seja financeiramente ou por disponibilidade de tempo. Em resumo, não tem nada a ver com ser casada, solteira ou divorciada. Existem muitas mães que, apesar de casadas, são as principais ou até mesmo as únicas responsáveis pela educação dos pequenos. E como já dizia o grande Chiquinho (Papa Francisco): não existe mãe solteira, porque mãe não é estado civil.
É importante darmos uma atenção especial aos termos usados e abandonar julgamentos vinculados ao vocábulo.
Às vezes tudo que uma mãe ou grávida precisa é ouvir que continua linda, e que tudo vai ficar bem mesmo que a vida demonstre o contrário.
Meu papel aqui é mostrar a beleza realçada no prazer de gerar uma vida, independente das circunstancias caóticas que a sociedade sentencia. Mostrar que ser família não é somente ter uma casa com pai, mãe, dois filhos e um cachorro, ser família é uma construção diária que envolve resiliência, afeto e doação. Doação mútua e constante. E isso independe do numero de membros.
Sempre existe preconceito quando se trata de algo diferente, mas escolha por conceber sobrepõe qualquer rejeição.
Laís recolhidamente foi se mostrando… No inicio retraída, tímida e receosa. Depois ficou nítido a felicidade dela em ser solo que semeia vida, a alegria em gerar, o que pra ela agora é o principal motivo que torna sua jornada nesse mundo válida. Sua filha!
(Levantamentos do IBGE mostram que entre as famílias com filhos, 26% tem como referência alguém do sexo feminino e sem cônjuge).

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